quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Into The Wild, é um filme dirigido por Sean Penn, que conta a história verídica de Christopher McCandless, interpretado bilhantemente pelo ator Emile Hirsch. Ao terminar a faculdade, Christopher doa todo o seu dinheiro a uma instituição de caridade, muda de identidade e parte em busca de uma experiência genuína que transcende o materialismo do cotidiano. Abandona, a próspera casa paterna sem que ninguém saiba e mete-se à estrada...
O filme conta ainda com uma trilha sonora fantástica que ficou a cargo de Michael Brook, Kaki King, e Eddie Vedder.
http://www.youtube.com/watch?v=D4SeyeHEC6I
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
“Vem por aqui” — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: “vem por aqui!”
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali…
A minha glória é esta: Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: “vem por aqui!”?
(...)
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"
(Cântico Negro - José Régio )
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: “vem por aqui!”
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali…
A minha glória é esta: Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: “vem por aqui!”?
(...)
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"
(Cântico Negro - José Régio )
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Encontrei um antigo colega e fui obrigado a suportá-lo durante horas. Uma tortura pra minha alma que se retorcia toda dentro do meus rins. Não sei lidar com pessoas ignorantes. Me sinto muito muito muito mal por não conseguir amar a todos, mas é o que sinto.
Os ignorantes, os vaidosos, os usuários, os pedantes. Detesto tudo que é afetado, detesto tudo que não se busca. Quem se acostuma a viver, da mesma maneira como se acostuma a dormir ou comer. Viver fica uma coisa automática, pouco importa se boa ou má, vazia ou não. Basta viver, como uma obrigação da qual não se pode fugir. Por isso no fundo admiro os suicidas. São pessoas que conseguiram descobrir alguma coisa sobre elas mesmas, apenas não tiveram coragem ou vontade de enfrentar essa descoberta. E, como se lhes desse vertigens, deixaram-se despencar no abismo. Mas são mais dignos do que esses que se amoldam, sem exigências, sem perspectivas, mas também sem queixas. Lógico, se não pedem nada, queixas de que?
Esse meu querido colega me deixou pensando que não é possível amar a todos, se pensarmos em cada uma delas, como uma individualidade. Pode-se amar as massas, as grandes massas humanas sem feições, nem formas, nem cheiros - sem as palavras vazias, de quem sequer tem a consciência de ser uma pessoa. Fico me debatendo entre essa ideia e a de que todas as pessoas são iguais, sem conseguir me decidir por nenhuma delas. Pois se cada pessoa faz a si mesma, se é ela quem escolhe entre ser um rebelde ou um medíocre, entre ser culto e um ignorante a vida inteira - se é assim, então não vejo a possibilidade de amar todos.
Cada um é plenamente responsável por aquilo que é?
Mas sei, há os problemas sociais, existem oportunidades diferentes para quem nasce numa favela e para quem nasce numa família burguesa. Fiquei meio que com sentimento de culpa por ter tratado meu querido colega com tanta indiferença. Fui frio com ele, respondi por monossílabas ao que me perguntou, não quis tocá-lo em momento algum. E só mesmo por ser tão babaca não percebeu que eu estava fazendo tudo para que ele me deixasse em paz.
Sei que tudo isso é tremendamente confuso, incoerente. São sentimentos que absolutamente não combinam entre si, é preciso optar por uma ou outra forma de pensar. Não sei, dependendo do momento e da pessoa, penso de uma maneira diferente. Tenho vontade de viver só, ser auto-suficiente, mas também tenho uma vontade maior ainda de criar ecos e relacionamentos de densidades profundas e eternas. Ajudar, dividir.
Não há uma verdade única. Há uma verdade por dia, ou pior ainda, há uma verdade por hora, as vezes, mil verdades num minuto! Quando a gente exita entre fazer determinada coisa ou não, e se debate entre conceitos encravados no cérebro, no meio de ideias próprias e alheias, recusas e aceitações... labirintos de verdades que nunca mostram as faces, mesmo depois do ato feito. Não sei se será possível a gente escolher as próprias verdades, elas mudam tanto. Não só por isso, nossas verdades quase nunca são iguais às dos outros, e é isso que gera o que chamamos de solidão, desencontro, incomunicabilidade. Talvez a maneira como eu em debato seja natural, e até positiva. É até possível que eu parta para um conhecimento maior de mim mesmo. Então estarei livre. Acho que meu mal sou eu mesmo, esses círculos concêntricos envolvendo o centro do que devo ser. (Caio F. Abreu)
Os ignorantes, os vaidosos, os usuários, os pedantes. Detesto tudo que é afetado, detesto tudo que não se busca. Quem se acostuma a viver, da mesma maneira como se acostuma a dormir ou comer. Viver fica uma coisa automática, pouco importa se boa ou má, vazia ou não. Basta viver, como uma obrigação da qual não se pode fugir. Por isso no fundo admiro os suicidas. São pessoas que conseguiram descobrir alguma coisa sobre elas mesmas, apenas não tiveram coragem ou vontade de enfrentar essa descoberta. E, como se lhes desse vertigens, deixaram-se despencar no abismo. Mas são mais dignos do que esses que se amoldam, sem exigências, sem perspectivas, mas também sem queixas. Lógico, se não pedem nada, queixas de que?
Esse meu querido colega me deixou pensando que não é possível amar a todos, se pensarmos em cada uma delas, como uma individualidade. Pode-se amar as massas, as grandes massas humanas sem feições, nem formas, nem cheiros - sem as palavras vazias, de quem sequer tem a consciência de ser uma pessoa. Fico me debatendo entre essa ideia e a de que todas as pessoas são iguais, sem conseguir me decidir por nenhuma delas. Pois se cada pessoa faz a si mesma, se é ela quem escolhe entre ser um rebelde ou um medíocre, entre ser culto e um ignorante a vida inteira - se é assim, então não vejo a possibilidade de amar todos.
Cada um é plenamente responsável por aquilo que é?
Mas sei, há os problemas sociais, existem oportunidades diferentes para quem nasce numa favela e para quem nasce numa família burguesa. Fiquei meio que com sentimento de culpa por ter tratado meu querido colega com tanta indiferença. Fui frio com ele, respondi por monossílabas ao que me perguntou, não quis tocá-lo em momento algum. E só mesmo por ser tão babaca não percebeu que eu estava fazendo tudo para que ele me deixasse em paz.
Sei que tudo isso é tremendamente confuso, incoerente. São sentimentos que absolutamente não combinam entre si, é preciso optar por uma ou outra forma de pensar. Não sei, dependendo do momento e da pessoa, penso de uma maneira diferente. Tenho vontade de viver só, ser auto-suficiente, mas também tenho uma vontade maior ainda de criar ecos e relacionamentos de densidades profundas e eternas. Ajudar, dividir.
Não há uma verdade única. Há uma verdade por dia, ou pior ainda, há uma verdade por hora, as vezes, mil verdades num minuto! Quando a gente exita entre fazer determinada coisa ou não, e se debate entre conceitos encravados no cérebro, no meio de ideias próprias e alheias, recusas e aceitações... labirintos de verdades que nunca mostram as faces, mesmo depois do ato feito. Não sei se será possível a gente escolher as próprias verdades, elas mudam tanto. Não só por isso, nossas verdades quase nunca são iguais às dos outros, e é isso que gera o que chamamos de solidão, desencontro, incomunicabilidade. Talvez a maneira como eu em debato seja natural, e até positiva. É até possível que eu parta para um conhecimento maior de mim mesmo. Então estarei livre. Acho que meu mal sou eu mesmo, esses círculos concêntricos envolvendo o centro do que devo ser. (Caio F. Abreu)
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
domingo, 17 de outubro de 2010
“Que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim, que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo; repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.” (Caio F. Abreu)
terça-feira, 5 de outubro de 2010
"Ainda que dentro de mim as águas apodreçam e se encham de lama e ventos ocasionais depositem peixes mortos pelas margens e todos os avisos se façam presentes nas asas das borboletas e nas folhas dos plátanos que devem estar perdendo folhas lá bem ao sul e ainda que você me sacuda e diga que me ama e que precisa de mim: ainda assim não sentirei o cheiro podre das águas e meus pés não se sujarão na lama e meus olhos não verão as carcaças entreabertas em vermes nas margens, ainda assim eu matarei as borboletas e cuspirei nas folhas amareladas dos plátanos e afastarei você com o gesto mais duro que conseguir e direi duramente que seu amor não me toca nem me comove e que sua precisão de mim não passa de fome e que você me devoraria como eu devoraria você ah se ousássemos." Caio F. Abreu
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
sábado, 2 de outubro de 2010
Eternal Sunshine of the Spotless Mind, dirigido por Michel Gondry e com roteiro escrito por Charlie Kaufman, conta a história de Joel (Jim Carrey), que descobre que sua ex namorada Clementine (Kate Winslet), recorreu a uma clínica especializada em apagamento de memória para apagar da sua própria memória tudo o que diz respeito à ele. Joel, desesperado, contrata a mesma empresa e acaba por fazer o mesmo.
O filme passa-se essencialmente na mente de Joel, que no decorrer do processo quando suas lembranças de Clementine começam a se desfazer, percebe o quanto ainda a ama.
http://http://www.youtube.com/watch?v=gkH3LpvOo0U
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
"Vou mostrando como sou e vou sendo como posso.. jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos e pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto e passo aos olhos nus ou vestidos de lunetas, passado, presente, participo sendo o mistério do planeta."
http://www.youtube.com/watch?v=PhPK5QoHWqk
"Nunca fui capaz de controlar meus sentimentos, mantê-los lá dentro. Antes, isso estragava minha vida, sempre fui uma vítima de mim mesma. Eu fazia coisas erradas, fugia, ficava maluca. Agora faço esse sentimento trabalhar pra mim, através da música, ao invés de me destruir." (Janis Joplin)
http://www.youtube.com/watch?v=caiBo_wTxrY
http://www.youtube.com/watch?v=caiBo_wTxrY
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Talvez um viajasse,
Talvez outro fugisse,
Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos,
Talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não.
Talvez algum partisse, outro ficasse.
Talvez um perdesse peso, o outro cabelo.
Talvez não se vissem nunca mais, com olhos de amor,
Talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem juntos.
Talvez fossem sequestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe.
Talvez tudo, talvez nada. Caio F. Abreu
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
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